sábado, 15 de novembro de 2014

Câncer de tireoide: ultrassom é alternativa à repetição da biópsia

Câncer de tireoide: ultrassom é alternativa à repetição da biópsia

Estudo publicado recentemente no jornal “Radiology” revela que o ultrassom vem sendo considerado uma alternativa segura na detecção de nódulos malignos na tireoide – principalmente depois que a punção aspirativa com agulha fina não se mostra conclusiva. De acordo com o médico Thomas Anderson, do Rhode Island Hospital, embora as orientações-padrão indiquem a necessidade de se repetir a punção nesses casos, pesquisas comprovaram a superioridade do ultrassom, que se mostrou mais eficiente.

Embora os nódulos na tireoide sejam tipicamente benignos, entre 5% e 15% podem apresentar malignidade. Sem substituir a punção aspirativa, o ultrassom é altamente recomendado em casos em que o diagnóstico deixa dúvidas. Na opinião do especialista norte-americano, a primeira biópsia costuma detectar 85% dos casos, sendo considerada uma taxa alta. Mesmo assim, quando realizada uma segunda vez, o nível de detecção pode ser substancialmente menor. Daí a importância de contar com a precisão do ultrassom.

O médico radiologista Osmar Saito, do Centro de Diagnósticos Brasil, em São Paulo, afirma que nos últimos anos houve aumento no diagnóstico de câncer de tireoide. Em compensação, como a doença vem sendo diagnosticada em estágio inicial, houve queda de mortalidade. “Vale ressaltar que a presença de um nódulo na tireoide não significa que a pessoa esteja com câncer. Mas, embora esse tipo de câncer apresente ótima evolução, pacientes com história de irradiação prévia na região do pescoço ou com histórico de doença tumoral tireoidiana na família deverão ser submetidas a uma pesquisa clínico-laboratorial e exames de imagem mais minuciosos”, diz.

O radiologista alerta para os sinais que devem indicar a necessidade de se consultar um médico e fazer os exames necessários: queixa de cansaço intenso e sem motivo aparente; dificuldade de concentração; se esquecer de realizar tarefas simples; notar que o cabelo ficou mais ralo, as unhas quebradiças e a pele mais seca; e ganhar peso mesmo quando a alimentação está sob controle. Esses são alguns dos sinais de hipotireoidismo, por exemplo, uma insuficiência na produção dos hormônios T3 e T4. Mais comum em mulheres do que em homens, os distúrbios da tireoide geralmente surgem a partir dos 30 ou 40 anos.

Disfunções na tireoide podem ser diagnosticadas por um simples exame de sangue em que são realizadas as dosagens dos hormônios tireoidianos T3 e T4, além do TSH – hormônio produzido pela hipófise e que estimula a tireoide a ‘fabricar’ hormônios. Também poderá ser solicitada a dosagem de autoanticorpos. Entretanto, se houver suspeita de nódulos, o médico poderá solicitar exames complementares, como ultrassonografia, cintilografia ou biópsia.

“É importante que a ultrassonografia da tireoide seja realizada por um bom profissional e com equipamento sensível e transdutor de frequência apropriada. Também é fundamental ter plena consciência da história clínica da paciente e do que procurar durante o exame”, diz Saito. O médico alerta que utilizar a técnica corretamente, produzir boa documentação fotográfica e descrever as alterações significativas no corpo do laudo, são passos que certamente beneficiarão a paciente e atenderão as expectativas do médico que solicitou o exame. “Vale ressaltar novas tecnologias que ajudam na identificação de um nódulo tumoral maligno, como o ultrassom com doppler colorido – já que na grande maioria dos tumores malignos há o encontro de vasos sanguíneos na parte central do nódulo. Outro avanço tecnológico é o ultrassom com elastografia – nova tecnologia que avalia o grau de elasticidade do nódulo. Em princípio, os nódulos malignos apresentam baixo grau de elasticidade, enquanto os benignos apresentam alto grau de elasticidade e isso tudo pode ser avaliado”.

Como no Brasil nem todos os centros diagnósticos contam com equipamentos de ponta e operadores bem treinados, Osmar Saito acredita que, em determinados casos, é preferível se concentrar nas características apresentadas pelo ultrassom para tentar selecionar os nódulos com risco aumentado para câncer.


Fonte: Dr. Osmar Saito, médico radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB),
em São Paulo. (www.cdb.com.br)

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