UMA
SUGESTÃO... QUASE UM
PEDIDO
A atual situação
da região rural de
Varginha chama atenção pela escassez dos recursos hídricos, pela
falta de chuva
e pela falta de cuidado das áreas de A.P.P.s, matas de topo,
matas ciliares,
degradação das minas e assoreamento anormal dos cursos de água.
Este
diagnóstico não é uma ilusão, é uma realidade. Este cenário não
é uma criação
própria, é fruto das conversas, do aprendizado e do registro,
das observações
efetuadas por vários cidadãos que convivem com o problema.
Para
ilustrar
e fundamentar este quadro abrangente, tomamos a liberdade de
citar
alguns conterrâneos representativos da
nossa geografia rural: Oswaldo e Marcelo, da Minasul, José
Edgard e Antônio
Vander, da Fundação Pró-café; Antônio
Ernesto
e Saulo, do IBC; Guido e Eduardo, da Coopercafem; Geraldo e José
do
Socorro, da Emater; Marden e equipe do IMA; Arnaldo Botrel, do
Sindicato dos
Produtores Rurais; Tatiele, Presidente da Associação da
Agricultura Familiar;
Morvan Acayaba e Luiz Fávar, dos Tachos; os irmãos Sérgio, Ivan,
Zetinho e
Rovaldo Bregalda, da Paradinha; Albertino e Hugo Domingueti, da
Serrinha;
Fernando Frota e Fernando Guedes do Mascatinho; Élcio e Eduardo
Reis da Bela
Vista; Alamiro Petrim e Peixe (Irene Tecidos) dos Coqueiros;
Clebão, Grilo,
Maria Antonieta e Zeca Paiva do Barreiro; Rodrigo Garcia e Jojô,
do Salto;
Malius de Figueiredo e Homero Batista, Estrada da Campanha;
Jorge Nogueira e
Vítor Caovila, da Cachoeirinha; Professor Régis Bueno e Fabiano
(Banco do
Brasil), da Palmela; Ciro veterinário e Dalto Monte Lima, do
Galante; Bado e
José Rezende, do Remanso; sem esquecer da equipe da Patrulha
Mecanizada da
Secretaria de Agricultura (Becati, Lúcio Ciacci, Antônio Pedro,
Willer,
Joaquim, Tiãozinho Dias, Alamiro, Tiãozinho Quirino, Ivan
Casaroto, Sérgio,
Mauro, Jaime, Jadir, Maurício, Jaime, José Marcos Mesquita,
Paulinho Boka-mole)
companheiros do dia-a-dia.
Para tratarmos
deste assunto,
podemos alijar o entendimento sobre política global para emissão
de carbono, de
nitrogênio e outros elementos nocivos; medidas restritivas de
uso de elementos
que contribuem para o aumento de produção e produtividade;
mudanças
comportamentais de uso e costume; colocação do lucro em segundo
plano, ter a
qualidade de vida como razão do próprio viver, sob os ângulos da
paz, da saúde,
da educação, da alimentação saudável e da solidariedade; execrar
o bem-estar
individual. Todos estes pontos elencados e mais uma série de
outros detalhes
não interferem nas decisões que podemos tomar a nível local,
fazem parte de um
outro mundo, longe das agruras locais, longe das diretrizes que
podemos traçar
para resolvermos os problemas da nossa cozinha.
Na
verdade,
o assunto deste parágrafo compreende uma dimensão de vontade
internacional; cabe ao mundo analisar a degradação da natureza
causada por
ações irresponsáveis, inconsequentes, de quem apenas visa o
lucro e o bem-estar
próprio. Cabe ao mundo analisar, por exemplo, como noticiado
pelo Jornal
Nacional da Rede Globo em 19/01/2015, que em 2016 1% da
população será mais rica
que a parte restante, que compreende 99%.
Daí, é fácil deduzir que as estratégias para correção
deste rumo exigem
a participação de grandes corporações internacionais. Os
movimentos contrários
a esta lógica atual e cruel estão ocorrendo, entretanto,o muito
lentamente. Os
pequenos, nós, mais lentamente ainda. Estamos esperando o “Maná”
que cai do
céu. Estamos ansiando por lideranças. Estamos acreditando que a
panaceia para
nossas dores chegará a qualquer instante. Será?
Sugerimos que nos
reunamos, tracemos
um plano de trabalho e iniciemos a nossa participação nesta
tarefa mundial.
Sejamos mais um grupo de pessoas a contribuir para viabilizar as
nossas vidas e
dar sustentação às gerações vindouras.
Sugerimos a
simplicidade:
reflorestamento do topo de morro, reconstituição das matas
ciliares, curvas de
nível, bacias de contenção, bocas-de-lobo, desassoreamento,
isolamento de
“minas”, contenção de erosão e ravinas, contenção de resíduos
químicos
lixiviados para os cursos de água.
É pouco? Não! É
muito, principalmente
se estas medidas, se adotadas, forem
o
resultado da união de pessoas, se simbolizarem o desapego do
apenas material,
se objetivarem o resgate da natureza que nos foi doada de forma
perfeita e
equilibrada.
Esta é a política
que gostamos, sem
cor, sem número, sem etcétera e tal. Esta é a política a ser
perseguida. Aquela
em que buscamos o bem comum, aquela que está inserida em todos
os grandes
credos, aquela em que Deus disse através da Bíblia, que a
inscreveria no
coração de todos os homens.
Não acreditamos em
um modelo de
desenvolvimento plasmado no imediatismo; não podemos ter medo de
olhar para
nosso umbigo, nossos fracassos, ter medo de constatar que a
riqueza de alguns
custou a miséria e o mal-estar de muitos. Lembrem-se: 1% mais
rico que 99%.
Temos que elidir
este ciclo de
egoísmo.
O neandertal
sobreviveu
aproximadamente 250.000 anos. Nós, o Homo sapiens, existimos a
apenas 40.000
anos. Com toda nossa sapiência, suplantaremos a idade dos
citados hominídios
primitivos?
O Papa Francisco,
em declaração de
19/01/20,15 disse que não há necessidade de nos reproduzirmos
como coelhos. É
um aviso? É um alerta? Estaria ele falando em controle da
natalidade? Estaria
ele preocupado com o desastre ecológico que já avança sobre
várias fronteiras devido
também à superpopulação? É preocupante quando uma ordem milenar,
criada por
Jesus/Deus, inova em sua exegese sobre a palavra divina. “Crescei-vos e
multiplicai-vos...” (Gênesis
1,28). Realmente, crescer e multiplicar é uma deliberação
bíblica, mas não
impõe que devamos desrespeitar a limitação física do planeta.
Sabemos que os
problemas ambientais
(exemplos: mudança climática, escassez hídrica) envolvem vários
personagens,
exigindo soluções coletivas; exigindo governança que atenda aos
interesses segmentados
e alcance a solução ambiental com estratégias eficientes,
equitativas e
legitimadas.
O presente texto
não discute normas,
padrões, decisões sociais, desenvolvimento, sustentabilidade,
técnicas, etc;
todos estes aspectos serão considerados a partir do instante que
uma ideia for
materializada. Por ora, pretende-se apenas gritar:
MADEIIIIIRAAA!
Nós, do Governo
Municipal, em nome
do Prefeito Dr. Antônio Silva, estamos com as portas abertas
para trabalharmos
nesta empreitada. Aguardamos a manifestação das lideranças, dos
representantes
das instituições e dos poderes, das associações, clubes de
serviços,
cooperativas e de todos que quiserem participar desta proposição
de projeto
restaurador do campo. Vamos organizar um fórum para debatermos
esta ideia?
Estevam
Tavares Silva
Secretário
Municipal de Agricultura e
Pecuária.
Endereço
para
participar:
Bibliografia:
DE
OLIVEIRA,
Marcus Eduardo (economista e professor de economia na FAC-FITO e
no
UNIFIEO, SP). Dentro das Possibilidades Ecológicas. Adital,
2014.
GUTIERREZ,
Maria
Bernardete Sarmiento (técnica de planejamento e pesquisa da
diretoria de
estudos e políticas do Estado, das instituições e da democracia
do Ipea). O
Desenvolvimento Sustentável - a necessidade de um marco de
governança adequado.
Boletim de Análise Político-institucional, 2013.
DA
VEIGA,
José Eli (professor dos programas de pós-graduação do Instituto
de
Relações Internacionais – USP e do Instituto de Pesquisas
Ecológicas) O
Tripé da Insustentabilidade. Análise, 2012.
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