quarta-feira, 25 de maio de 2011

Projeto destaca o resgate à tradição judaica e o combate à intolerância




Plenarinho IV - Palácio da Inconfidência - ALMG - Rua Rodrigues Caldas, nº 30 - Bairro Santo Agostinho - Belo Horizonte
Pessoas:Liza Prado (deputada estadual PSB/MG), Pompílio Canavez (deputado estadual PT/MG), Almir Paraca (deputado estadual PT/MG), João Leite (deputado estadual PSDB/MG), Convidados
Data:25 /05 /2011
Fotógrafo:Alair Vieira


O projeto, que teve início em 2010, é uma parceria entre o Laboratório de Arqueologia da UFMG e o Instituto Histórico Israelita Mineiro. Na avaliação do deputado Almir Paraca (PT), que solicitou a realização da audiência, o projeto é uma iniciativa importante para o conhecimento da historiografia do Estado, além de tratar de um tema importante que remete a questões atuais como o respeito à diversidade.
A deputada Liza Prado (PSB) e o deputado Pompílio Canavez (PT) também apoiaram a iniciativa, a qual possibilita o conhecimento da identidade e da história de muitos municípios mineiros que receberam os judeus perseguidos pela inquisição.
Eles também ressaltaram o fato de o trabalho atuar no combate ao preconceito e no respeito à adversidade. Já o deputado João Leite (PSDB) lembrou das perseguições sofridas pelos judeus aos longo da história. "É uma oportunidade de ter acesso e conhecer uma parte da nossa história até então desconhecida", comentou o deputado.
O projeto - Durante a audiência, o coordenador do projeto, Carlos Magno Guimarães, explicou em que consiste a pesquisa, que, na sua avaliação, é um trabalho de grande relevância para o patrimônio histórico mineiro. Ele afirmou que o projeto consiste no levantamento de dados e informações através da análise da documentação produzida no processo inquisitório, bem como daquela gerada pelo Estado colonial português.
O professor também explicou que essas informações são cruzadas, através da criação de um banco de dados, de maneira a identificar, geograficamente, os locais em que os judeus perseguidos se estabeleceram em Minas Gerais. " A partir dessa identificação queremos fazer um trabalho de campo com pesquisas arqueológicas", comentou o pesquisador.
Guimarães também considerou que a análise dos documentos e informações levantadas remete a uma trágica realidade, pautada pela intolerância e perseguição ao povo judeu. Ele ressaltou, por exemplo, o fato de que muitas pessoas, que denunciavam as famílias judaicas escondidas, agiam motivadas pela ascensão, e pela possibilidade de receberem certos benefícios, através do confisco de bens e propriedades que era feito.
O pesquisador também lembrou que hoje já se sabe que os chamados cristãos novos, denominação dada aos judeus que foram obrigados a se converter na época da inquisição, estiveram presentes em quase todas as atividades que resultaram no desenvolvimento do Estado, entre elas a agricultura, mineração e atividade mercantil.
Para Guimarães, o projeto possibilitará o conhecimento da origem de muitos costumes judaicos, além da descoberta de possíveis sítios arqueológicos, entre os quais estariam incluídas as cidades de Sabará, Paracatu e Ouro Preto. O deputado João Leite lembrou que a recuperação desses prováveis sítios arqueológicos são fundamentais para o resgate da história oral e da cultura judaica.
O presidente do Instituto Histórico Israelita de Minas Gerais, Jacques Ernest Levy destacou o trabalho da entidade na preservação da cultura e da presença judaica no Estado. Segundo ele, o Instituto foi fundado em 1984 e hoje conta com uma biblioteca com mais de 7 mil títulos, 250 periódicos, uma revista, além de vídeos, documentos, exposições e palestras que retratam as tradições do povo judeu.
Para o presidente da Federação Israelita, Marcos Brafman, o instituto histórico mostra que muitas temáticas que são recuperadas pelo projeto, entre as quais a defesa pela tolerância, a igualdade e a liberdade, são extremamente atuais .
Ao fim da reunião, a deputada Liza Prado teve um requerimento provado, em que solicita ao Instituto Histórico Israelita o envio das informações levantadas pelo projeto sobre a história judaica, de maneira a divulgá-las junto aos arquivos públicos estaduais.
Outros requerimentos - Também foram aprovados outros dois requerimentos. O primeiro, dos deputados Almir Paraca e Pompílio Canavez e da deputada Liza Prado solicita a realização de audiência pública das Comissões de Assuntos Municipais e Regionalização, Saúde e Segurança Pública, para discutir os problemas causados pelo uso de entorpecentes como o crack e o oxi. O segundo, da deputada Liza Prado, é para que sejam enviadas aos deputados dessas comissões as notas taquigráficas de todas as reuniões da Assembleia sobre as questões das drogas nos cenários Estadual e Federal.
Presenças - Deputados Almir Paraca (PT), presidente; Pompílio Canavez (PT), João Leite (PSDB), Sebastião Costa (PPS), e deputada Liza Prado (PSB). Também compareceram à audiência o diretor e a vice-presidente do Instituto Histórico Israelita Mineiro, Leon Menache e Maria Antonieta Cohen, e Hélcio Emiliano Moreira, da Igreja Batista do Barro Preto.


Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

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