segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Pneumologista descarta relação entre Fibrose Cística e psicopatia

Pneumologista descarta relação entre Fibrose Cística e psicopatia

Crime que vem tomando os noticiários do mundo inteiro teria sido cometido por adolescente portador da doença


O crime que chocou o país nos últimos dias tem como principal suspeito um adolescente de 13 anos, filhos de policiais. Entre as diversas hipóteses levantadas pela polícia e imprensa, está a de prejuízos neurológicos provocados por medicamentos tomados regularmente pelo garoto para o tratamento de uma doença crônica, a fibrose cística (FC).

Transmitida geneticamente, a FC reduz a quantidade de água das secreções dos brônquios, tornando-as espessas e mais aderentes às paredes brônquicas. Com isso, os pacientes têm recorrentes infecções no aparelho respiratório.

A doença também pode bloquear os dutos do pâncreas, impedindo a chegada das enzimas digestivas aos intestinos. As consequências são excesso de gordura nas fezes, desnutrição, diarreia crônica e perda acentuada de peso.

Ou seja, a doença, embora grave, é passível de tratamento e acomete, sobretudo, órgãos como os pulmões, pâncreas e intestinos.

“Não há registro até hoje de comprometimento psíquico ou neurológico como manifestação da Fibrose Cística. E nem que os medicamentos utilizados habitualmente para o tratamento da fibrose cística causem efeitos adversos deste tipo”, explica a dra. Mônica Corso, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

De acordo com a médica, o que de fato acontece é que a doença, especialmente nos casos mais graves, naturalmente impõe limitações, e elas são progressivas.

“Na adolescência, as complicações ficam ainda maiores, podendo culminar em depressão e problemas de aceitação da doença. Mas estes sintomas são comuns a diversas doenças crônicas, e não especificamente relacionadas à fibrose cística.”

Mais sobre a FB
Uma das principais características do paciente com FC é o suor mais salgado do que o normal, fazendo com que o paciente pareça ‘salgado’ ao ser beijado, por exemplo.
Até pouco tempo atrás, a fibrose cística era uma doença que atingia exclusivamente pacientes pediátricos. Na década de 50, a sobrevida destes pacientes não passava do primeiro ano de vida, revela a organização norte-americana Cystic Fibrosis Foundation (CFF). Já em 1980 houve um grande avanço, elevando a idade para 18 anos. De lá para cá, os avanços são cada vez maiores. As últimas estatísticas, de 2008, já passavam dos 37 anos de idade, e hoje já se fala em algo em torno dos 40 anos.
Este aumento da expectativa de vida se deve principalmente ao avanço da medicina, dos tratamentos e, sobretudo, dos métodos de diagnóstico, cada vez mais precisos, que permitem início do tratamento precoce.
Há, inclusive, casos diagnosticados somente na idade adulta. São pacientes portadores de formas mais brandas e sintomas bastante inespecíficos, geralmente restritos ao sistema respiratório, que demoram a ser descobertos.

Avanços nos tratamentos
A FC está associada a mais de 1500 mutações gênicas diferentes. Esta variabilidade gênica causa uma diversidade de apresentações clínicas, de modo que cada paciente deve receber um tratamento individualizado.
Sem cura, os pacientes recebem tratamento para os sintomas, na tentativa de minimizar as suas repercussões e melhorar sua qualidade de vida.
Pesquisadores buscam, em todo o mundo, determinar por meio de testes genéticos, quais tipos de mutação cada paciente apresenta, de modo a personalizar os tratamentos, tornando-os ainda mais eficazes.

Assessoria de imprensa
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