quinta-feira, 18 de agosto de 2011

População de Micos-Leões-de-Cara-Dourada será repatriada

População de Micos-Leões-de-Cara-Dourada será repatriada


 
Brasília (17/08/2011) - A partir de ações estratégicas definidas em reunião realizada na sede do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA), no último dia 11 de agosto, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) juntamente com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Pri-Matas para a Conservação da Biodiversidade e o INEA programam para dezembro ação de repatriação de Micos-Leões-de-Cara-Dourada (Leontopithecus chrysomelas) encontrados na área de ocorrência do Mico-Leão-Dourado (Leontopithecus rosalia), em Niterói (RJ).

Segundo o último levantamento do Instituto Pri-Matas foram identificados aproximadamente 106 indivíduos da espécie Mico-Leão-de-Cara-Dourada na Serra da Tiririca, na cidade fluminense. Os animais se estabeleceram no local em decorrência de fuga de cativeiro e do tráfico de animais.

Com o objetivo de evitar que a aproximação entre as populações dessas espécies comprometa sua já fragilizada sobrevivência (ambas encontram-se em risco de extinção), favorecendo a indução de doenças, competição territorial e criação de um novo híbrido, entidades ambientais locais e nacionais se comprometeram no projeto de retirada da espécie potencialmente invasora e sua translocação para o sul da Bahia.

O programa de repatriação do Mico-Leão-de-Cara-Dourada está sendo desenvolvido conjuntamente pelo ICMBio, com a participação da Conservation International, da AMLD, do INEA, do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo e do Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia e será executado pelo Pri-Matas.

O Instituto Chico Mendes trabalha com o Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação dos Mamíferos da Mata Atlântica Central que inclui metas e ações para 23 espécies ameaçadas de extinção como, por exemplo, as espécies de mico-leão. Coordenado pelo Centro de Primatas Brasileiros, o PAN tem como objetivo incrementar a viabilidade das espécies-alvo, com a reversão do declínio populacional e ampliação da extensão, conectividade e qualidade de seus habitats em áreas estratégicas dentro de cinco anos.

Mico-leão-da-cara-dourada - Pequeno primata que habita tanto florestas ombrófilas mais próximas do litoral como florestas semideciduais mais interioranas. Os frutos representam o principal alimento, néctar e flores são consumidos em menor proporção, assim como ovos de aves e pequenos vertebrados. Os indivíduos dormem em ocos de árvores, mas podem utilizar também bromélias ou emaranhados de cipós. É uma espécie essencialmente de florestas bem conservadas.

Mico-leão-dourado - É um primata endêmico da Mata Atlântica de baixada costeira do Estado do Rio de Janeiro. A espécie presenta as maiores áreas de uso entre os primatas da família Callitrichidae. Vive em grupos familiares com uma média de 6 micos por grupo, podendo variar de 2 a 14 indivíduos. A dieta é constituída por frutos, néctar, invertebrados, pequenos vertebrados e exsudatos.


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