quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Greve dos policiais militares leva terror à Bahia

Greve dos policiais militares leva terror à Bahia

Confusões registradas em algumas das principais cidades da Bahia, causadas pela greve da Polícia Militar, levaram o Estado a pedir ajuda ao governo federal. O secretário de Segurança Pública, Maurício Telles Barbosa, informou que 150 agentes da Força Nacional de Segurança  (mais uma vez a FN entra em ação para servir de paliativo) devem desembarcar em Salvador às 22h desta quinta. Outros 500 serão enviados à cidade em até 48 horas.
Telles disse ainda que o governador Jaques Wagner (PT) requereu à presidente Dilma Rousseff a presença de tropas do Exército (Outro remendo à segurança pública. Quando irão aprender?) para reforçar a segurança local. Segundo ele, 2/3 dos PMs não aderiram à greve e continuam nas ruas, contando com o apoio de 200 carros.

Em Salvador, lojas de bairros centrais fecharam as portas mais cedo. Pontos de ônibus estiveram lotados de trabalhadores que decidiram retornar para casa antes de encerrar o expediente. As informações sobre as ações criminosas chegaram à festa de Iemanjá, que se realiza no bairro do Rio Vermelho, resultando num início de esvaziamento do local.

Policiais militares do Estado, ligados à Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra), anunciaram a paralisação e ganharam adesão de outras entidades representativas dos PMs. São quatro as organizações que congregam os policiais.

Na manhã de hoje, a Justiça do Estado decretou a ilegalidade do movimento e determinou o retorno imediato dos policiais grevistas ao trabalho. Mas as lideranças ignoraram a medida.

Embora o comando da PM informe que a polícia está nas ruas, donos de estabelecimentos comerciais localizados em regiões como o bairro de Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico, encerraram o atendimento ao público no meio da tarde.

Área comercial importante da capital, a avenida Sete de Setembro passou a maior parte da tarde com pouco movimento. Isso ocorreu em conseqüência de um arrastão nas imediações do shopping center Lapa, cujas lojas também baixaram as portas.

No Subúrbio Ferroviário, o que se verifica são ruas desertas. Parte dos ônibus deixou de circular. Há informações de vandalismo em vários pontos da cidade, inclusive na orla, onde há relatos de coletivos saqueados, além de furtos a veículos particulares nos congestionamentos.

A situação é similar em cidades importantes da Bahia, como Ilhéus e Vitória da Conquista, onde também o comércio já fechou as portas. Nessas localidades a polícia decidiu aderir à greve.

Governo
Agora à noite, Wagner, que retomou o comando do Estado depois de viajar para Cuba e Haiti com a presidente Dilma Rousseff, disse não permitirá que a insegurança se instale no Estado colocando em risco a população. A declaração do governador referia-se à greve parcial da Polícia Militar da Bahia.

“Não admitirei que a segurança da população baiana seja colocada em risco por um pequeno grupo de pessoas, ainda mais porque estas desconsideraram a decisão judicial que considerou a greve ilegal”, afirmou o governador, ao se referir à Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), que está à frente da paralisação de parte dos policiais militares. Segundo Wagner, "em defesa dos interesses maiores da população, continuarei usando medidas enérgicas, caso isso se faça necessário".

Também o secretário da Segurança Pública, ao anunciar o envio, pelo governo federal de 150 homens da Força Nacional, observou que Dilma deu garantias ao governo de poder utilizar quantos homens forem necessários. “Amanhã (3) nós nos reuniremos com o general Gonçalves Dias para decidir sobre esse efetivo. A presidente quer tratar o caso da Bahia como exemplar”, disse o secretário.

Na quarta-feira (1º), o governador em exercício Otto Alencar, havia dito que não negociaria com os grevistas, deixando as articulações por conta do secretário de segurança e do comando da PM. Fonte: UOL (Heliana Frazão)

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