De malas
prontas
Artesãs
mineiras apoiadas pelo Sebrae Minas participam na próxima semana de exposição na
sede da ONU
A fiandeira
Gercina Maria de Oliveira, de Arinos, Juracy Borges da Silva, que produz peças
com sempre-vivas, em Galheiros (distrito de Diamantina) e Maria José Gomes da Silva que faz bonecas de cerâmica, em
Coqueiro Campos (distrito de Minas Novas) são as artesãs selecionadas
para representar o artesanato mineiro na Exposição Mulher Artesã Brasileira,
realizada de 9 a 27 de setembro, em Nova York.
A exposição
“Mulher Artesã Brasileira” mostrará as obras de 15 artesãs das
cinco
regiões do
País coletado durante expedição de jornalistas e documentaristas
pelo
Brasil. O
objetivo é desvendar a alma da mulher brasileira expressa na
produção
artesanal e
divulgar esse trabalho no exterior, por meio de variadas atividades
sócio
culturais,
como uma mostra fotográfica e de objetos, a exibição de um
documentário,
uma
conferência e a publicação de um livro de arte.
O projeto é
uma iniciativa da Associação Brasileira de Exposição de Artesanato (Abexa), com
patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
e apoio do Instituto Centro Cape, da Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e da Secretaria da Micro e Pequena
Empresa da Presidência.
Programa
Sebrae de Artesanato
Maria de
Oliveira, Juracy Borges da Silva e Maria José Gomes
da Silva estão entre os mais de 4.600 artesãos apoiados pelo Sebrae
Minas. Em 12 anos de atuação, o Programa Sebrae Artesanato formou
artesãos em 310 cidades mineiras, com a capacitação em três áreas temáticas:
comportamental (com objetivo de promover o desenvolvimento das pessoas e grupos,
e a sensibilização para novos padrões de interação humana); gestão (que
prepara os participantes para realizar uma gestão eficaz, a partir do
conhecimento dos processos de gestão empresarial e administração financeira e
suas relações com o ambiente do negócio); e design (revitalização dos produtos
artesanais através da implantação da identidade cultural, da melhoria dos
processos de produção e da qualidade).
“Queremos
preparar o artesão e colocá-lo em contato direto com os compradores de
artesanato por meio das feiras, eventos e catálogos. Desta forma, ele tem a
oportunidade de analisar o mercado no qual o seu produto está inserido,
agregando, assim, maior conhecimento e maior competitividade”, diz Simone
Aparecida, analista da Unidade de Comércio, Serviços e Artesanato do Sebrae
Minas.
Roda de
fiandeira
“Herdei da
minha avó a tradição de fiar, que aprendi aos sete anos. Fazia o trabalho para
vender e comprar roupa e sapato”, diz Gercina Oliveira.
Do algodão
fiado na roda surgem agasalhos, xales, cachecóis, colchas, tapetes, caminhos de
mesa e jogos americanos. No Vale do Urucuia, no Noroeste de Minas, além do
algodão, também são encontrados os corantes naturais que tingem os fios e os
tecidos. “Da casca de cebola tiramos o marrom claro, do jatobá, o marrom escuro,
das folhas de árvores e da serragem de madeiras, os tons terrosos típicos, e da
água de bananeira, o fixador da cor. A natureza é muito generosa”, observa
Gercina Oliveira.
Gercina
Oliveira é uma das fundadoras e presidente da Associação das Artesãs de Sagarana
“Tecelagens Veredas” (ASTV), uma das oito instituições do projeto Polo
Veredas, das quais cinco trabalham com algodão, duas com bordado e uma com
madeira de buriti. A iniciativa integra nove núcleos de produção no Vale do
Urucuia: Arinos e seu distrito Sagarana, Bonfinópolis de Minas, Buritis, Serra
das Araras (distrito de Chapada Gaúcha), Natalândia, Riachinho, Uruana de Minas
e Urucuia, beneficiando 180 artesãos.
Juntos, eles
formam uma rede, onde cada um deles produz uma etapa do processo de tecelagem. A
fiandeira destaca que essa união transformou a realidade local e fomentou a
integração da cadeia, colocando todos a par dos acontecimentos, disseminando
novas ideias e definindo os objetivos a serem alcançados.
Segredos
mantidos
Juracy da
Silva descobriu nas sempre-vivas, flores nativas da região, mais do que um meio
de sustento, mas uma nova forma de encarar a vida. “O artesanato me trouxe mais
saúde. Era depressiva e me tornei mais alegre, criativa e inovadora”, recorda. A
artesã começou como coletora da espécie, aos 15 anos, atividade tradicional e
importante fonte de renda da comunidade, preservada há gerações.
Para evitar
que as flores fossem extintas, em 2001, os coletores foram orientados a fazer o
trabalho sustentável. A tradição da coleta se manteve preservada, mas a forma da
extração mudou e, atualmente, é feita com consciência, cuidado e
técnica.
Por meio da
parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM),
foi desenvolvido um campo experimental para readaptação das espécies no campo e
um viveiro de mudas.
Além deste
trabalho de conscientização, a artesã ajudou a fundar, em 2001, a Associação de
Artesãos Sempre-Viva, da qual é secretária e integra a diretoria. A entidade
congrega 29 artesãos profissionais de Galheiros, que são responsáveis por
preservar as sempre-vivas, consolidar e disseminar o artesanato na comunidade,
além de multiplicar os conhecimentos, formando novos coletores e artesãos.
Além das
sempre-vivas, as artesãs utilizam fibras de bananeira, cascas de coco e urucum,
palha de milho, folhas, cascas de frutos, entre outros insumos naturais, que
agregam valor aos produtos. A partir dessas matérias-primas são confeccionadas
luminárias, pinheiros de Natal, árvores decorativas, arranjos florais com
buquês, porta-guardanapos, anjos e guirlandas.
Criatividade
em argila
A
matéria-prima é o barro, utilizado para dar forma às peças decorativas criadas
pelas artesãs de Coqueiro Campo, e na pintura, revelando as cores e os tons do
Cerrado. Da argila, surgem vasos de flor, potes, panelas, flores de parede,
entre muitos outros objetos decorativos. Mas as bonecas são o grande destaque.
“Cada peça que faço é única. O estilo e as técnicas de modelagem e queima são as
mesmas que aprendi. A gente vai aprimorando nos acabamentos e dando carinho a
mais na pintura, nas formas, nos vestidos e na fisionomia”, revela a artesã
Maria José Gomes da
Silva
O artesanato
de barro entrou na vida de Zezinha (como é conhecida) na infância. Nascida em
Campo Alegre, distrito de Turmalina, aprendeu com a mãe o ofício, com quem
trabalhou dos 14 aos 20 anos. No início, era um complemento de renda. Após o
nascimento das duas filhas, as vendas cresceram, Ulisses passou também a comercializar as
peças e, há 16 anos, a família vive do artesanato.
Motivada por
esses resultados, a artesã ajudou a fundar, em 1993, a Associação de Artesãos de
Coqueiro Campo, com mais oito mulheres, e que conta hoje com 46 integrantes. O
objetivo era integrar as artesãs locais. Hoje, a organização multiplica a
técnica entre os jovens e as pessoas da terceira idade, possui duas lojas na
comunidade e fomenta a capacitação, a profissionalização e o turismo na região.
A própria Zezinha adaptou sua residência e criou a Casa de Visita, para
receber pesquisadores e turistas, que têm a oportunidade de conhecer as suas
criações.
Artesanato
brasileiro
- 8,5
milhões de artesãos brasileiros*
- US$ 10 mil
exportados em 2002
- US$ 6
milhões exportados em 2012
- US$ 7
milhões é a estimativa para 2013
- Países:
Estados Unidos (cerca de 70% do volume), Itália, França,
Espanha, Portugal, Inglaterra e Emirados Árabes
Fonte:
Centro Cape 2013
*MDIC,
2002
Assessoria
de Imprensa do Sebrae Minas
(31)
3379-9275 / 9276
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