BALANÇO
SEMANAL — 09 a 13/09/2013
- Países membros da OIC debateram futuro da cafeicultura em Belo
Horizonte; Leilão de Opções arrematou 85,6% da oferta e BB assinou contrato para
repasse de recursos do Funcafé
LEILÕES
DE OPÇÕES —
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou, nesta sexta-feira, 13 de
setembro, o primeiro de
três Leilões de Opções de Venda de café. No pregão, foram arrematados 85,6% dos
10 mil contratos ofertados pela estatal. Cada contrato equivale a 100 sacas de
café arábica e tem exercício em março de 2014, com preço de referência de R$ 343
por saca. Ao todo, foram negociados 8.565
contratos.
Segundo informações do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os estados de Minas
Gerais e São Paulo negociaram todos os contratos disponíveis, de 7 mil e 1,4
mil, respectivamente. No Paraná, foram vendidos 80 dos 500 disponíveis; na
Bahia, 65 de 400; e no Espírito Santo, 20 de 700
contratos.
O Conselho Nacional do
Café reitera que os Leilões de Opções integram um pacote de conquistas das
lideranças do setor junto ao Governo Federal, as quais objetivam ordenar a
oferta do produto e gerar sustentação aos preços. Ao todo, a cafeicultura
brasileira contará com R$ 5,8 bilhões na safra 2013, o maior volume de recursos
da história. Para as Opções, foram destinados R$ 1,05
bilhão.
Próximos leilões
— Na
última segunda-feira, 9 de setembro, na cerimônia de abertura da Semana
Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), o ministro da Agricultura,
Antônio Andrade, anunciou as datas dos dois próximos leilões. De acordo com ele,
os pregões seguintes serão realizados nos dias 20 e 27 deste mês, ambos com
oferta de 1 milhão de sacas.
SEMANA
INTERNACIONAL DO CAFÉ —
Entre os dias 9 e 13 de setembro, participamos da Semana Internacional do Café,
evento que englobou a rodada de reuniões da Organização Internacional do Café
(OIC) e as festividades do cinquentenário da entidade, além do 8º Espaço Café
Brasil, a maior feira do setor na América Latina. Essa foi uma excelente
oportunidade para apresentarmos a todo o mundo – participaram delegações de mais
de 70 países – a força da cafeicultura brasileira, em especial através das
a&ccedi l;ões e trabalhos das lideranças do setor, representados pelos
governos federal e estaduais, pela Federação da Agricultura do Estado de Minas
Gerais (FAEMG), pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e pela Comissão Nacional do
Café da CNA.
Entre os destaques do evento, constaram as questões econômicas,
envolvendo a continuidade da volatilidade dos preços e a incerteza financeira
como motivo de preocupação, fato que possui atenção especial da OIC em seu plano
de trabalho. O diretor executivo da Organização, Robério Silva, apontou que a
entidade dá caráter prioritário à gestão de risco e à sustentabilidade econômica
e se estabelece como referencial estatístico essencial para o setor para tentar
sanar o problema, operando como um centro de informações que disponibiliza
cifras consolidadas sobre produção, consumo, exportações e
estoques.
As questões ambientais também foram lembradas. Robério citou que a OIC
pretende se estabelecer como centro para a difusão de informações relevantes
sobre os desafios enfrentados pelo setor cafeeiro global frente a preocupações
com o meio ambiente. “Estamos dedicando especial atenção aos efeitos e
consequências das mudanças climáticas para a oferta, no presente e no futuro. No
momento, apoiamos e colaboramos com a Iniciativa Café & Clima para melhorar
nossas atividades de conscientização neste campo e, potencialmente, hospedar a
caixa de ferramentas desta ação, disponibilizando aos cafeicultores do mundo
inteiro um guia prático para a adaptaç&ati lde;o às mudanças climáticas e à
mitigação de seus efeitos prejudiciais”, destacou.
Em relação aos aspectos sociais da cafeicultura, o diretor executivo da
OIC recordou que a maioria dos países produtores são nações em desenvolvimento,
ao passo que a maioria dos importadores são desenvolvidos. Nesse sentido, ele
apontou que os princípios basilares do programa de atividades da OIC enfatizam a
erradicação da pobreza, a promoção da agregação de valor nos países emergentes e
as formas de contribuir para a realização das Metas de Desenvolvimento do
Milênio (MDMs).
Por fim, merece destaque a “Declaração de Belo Horizonte”, documento
elaborado pelas mais de 70 nações cafeeiras presentes ao evento. Em seu
conteúdo, os países destacam a necessidade contínua de apoio da OIC a medidas
para assegurar a sustentabilidade econômica, social e ambiental do setor
cafeeiro, em consonância com os objetivos do Acordo Internacional do Café de
2007.
Além disso, os membros acreditam que a entidade deve ajudar a enfrentar
os desafios presentes e futuros, como a escassez de recursos ambientais, pragas
e doenças, o impacto negativo da volatilidade dos preços, o aumento dos custos
de produção e as mudanças nas condições climáticas globais, bem como a
necessidade de reforçar o papel das mulheres e dos jovens na cadeia produtiva do
café e a importância de melhores condições de
trabalho.
A busca por preços equitativos, tanto para consumidores quanto para
produtores, é outra preocupação apresentada na Declaração de Belo Horizonte. As
nações reconheceram a precisão de entendimento acerca das condições estruturais
nos mercados internacionais e das tendências de longo prazo na produção e no
consumo, que equilibram oferta e demanda, para que essa meta seja
alcançada.
Os países membros da OIC renovaram seu compromisso em zelar pela
preservação do meio ambiente e pelos meios de sustento das gerações futuras,
externaram sua preocupação com a escassez de recursos financeiros para os
projetos de desenvolvimento da cafeicultura e se comprometeram a fortalecer o
papel da Organização na busca de fontes alternativas de financiamento. Por fim,
reconheceram a importância de prestar apoio e assistência técnica às nações
produtoras afetadas por pragas e doenças, principalmente no que diz respeito a
América Central e México, os quais vivenciam uma das crises fitossanitárias –
causada pela ferrugem – mais severas da histó ria, e em aprimorar a cooperação entre os países
membros e com organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (IFAD) com o objetivo de compartilhar conhecimentos
científico e técnico e melhores práticas neste
campo.
ANÚNCIO
DE SAFRA DA CONAB —
Também durante a Semana Internacional, a Conab divulgou seu terceiro
levantamento para a safra 2013 de café no Brasil, De acordo com a estatal, o
país colherá 47,544 milhões de sacas de 60 kg, volume que representa quebra de
6,46% em relação ao ciclo 2012/13, quando foram colhidas 50,83 milhões de sacas.
Do total projetado, 36,667 milhões de sacas são referentes à variedade arábica e
10,877 milhões à robusta.
O CNC destaca a forma técnica da apresentação elaborada pelo diretor de
Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, que elucidou a todos os
países presentes no evento o modelo operacional do levantamento, inclusive
fazendo uso de georreferenciamento em algumas regiões produtoras. Esse fato, sem
dúvida, ajudará a mitigar as especulações a respeito de nossa produção. Ainda na
apresentação, Porto criticou as inúmeras “previsões” que instituições privadas
fazem sobre a colheita brasileira e frisou que a Conab é o órgão mais
capacitado, recomendando que sejam ignoradas quaisquer projeçõe s especulativas,
de maneira que se evite pressionar ainda mais as cotações do café por
interesse.
LIBERAÇÕES
DO FUNCAFÉ —
Na quarta-feira, 11 de setembro, o Diário Oficial da União trouxe a publicação
da liberação de R$ 1 bilhão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé)
para o Banco do Brasil. A distribuição dos recursos ficou da seguinte forma: até
R$ 160,640 milhões para Custeio; até R$ 283,994 milhões para Estocagem; até R$
141,176 milhões para Aquisição de Café (FAC); até R$ 20 milhões para Contratos
de Opções e operaç&otil de;es em Mercados Futuros; até R$ 80 milhões para
Capital de Giro à Indústria de Torrefação; até R$ 66,623 milhões para Capital de
Giro à Indústria de Solúvel; até R$ 242,568 milhões de Capital de Giro para
Cooperativa de Produção; e até R$ 5 milhões para Recuperação de Cafezais
Danificados.
Com o repasse ao BB, o Governo Federal já liberou R$ 3,084 bilhões do
orçamento total de R$ 3,16 bilhões do Funcafé previsto para a safra 2013. Desse
montante, R$ 1,138 bilhão foram para Estocagem, R$ 616,9 milhões para Custeio,
R$ 500 milhões para FAC, R$ 450 milhões para capital de giro das Cooperativas,
R$ 200 milhões para giro das Torrefações, R$ 150 milhões de giro para indústrias
de Solúvel, R$ 20 milhões para operações de Opções e Mercados Futuros e R$ 5
milhões para recuperação de cafezais. Veja a tabela com a distribuição dos
recursos por agente tomador no final deste boletim.
MERCADO
— O
vencimento dezembro do contrato C da Bolsa de Nova York apresentou ganhos de 280
pontos na semana, até o fechamento de quinta-feira, quando foi cotado a US$
1,2060 por libra-peso. A tendência de alta foi influenciada pela continuidade do
movimento de valorização do real ante o dólar e por preocupações quanto ao clima
seco poder danificar cafeeiros que apresentaram florescimento precoce em algumas
origens brasileiras. A revisão para baixo da projeção da safra 2013/14 do Brasil
pela Conab também ajudou a dar suporte aos preços.<
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Na quinta-feira, a agência Bloomberg divulgou análise do Grupo Marex Spectron que prevê encolhimento
do excedente mundial de café no ano safra que iniciará em outubro, para 250 mil
sacas ante os 6,9 milhões de sacas de 2012/13. A projeção aponta comportamentos
divergentes para os mercados de arábica e robusta, estimando pequeno déficit na
oferta do primeiro e significativo excedente para o
segundo.
Na Bolsa de Londres, o contrato 209 com vencimento em novembro apresentou
perdas de US$ 11 por tonelada no acumulado da semana até o fechamento da
quinta-feira, que foi de US$ 1.753 por tonelada. A especulação sobre a
aproximação da entrada de uma volumosa safra vietnamita continua motivando a
tendência de queda.
O dólar apresentou desvalorização de 1,28% no Brasil, até o fechamento de
ontem, quando foi cotado a R$ 2,2745. Esse foi o menor valor da moeda
norte-americana em mais de um mês, consolidando os efeitos do programa de
intervenção diária do Banco Central do Brasil no mercado de
câmbio.
Atenciosamente,
Dep.
federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC
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