Intelectuais brasileiros lançam manifesto de apoio
à lei das biografias
A aprovação da Lei das Biografias
(PL 393/2011) do deputado federal Newton Lima (PT-SP) ganhou um reforço de peso
durante a 16ª edição da Bienal do Livro do Rio. O escritor Ruy Castro lançou no
sábado (7) um
manifesto assinado por 49 intelectuais brasileiros contra a censura prévia às
biografias.
“No Brasil tal forma de
manifestação encontra-se em risco em virtude da proliferação da censura privada
que é a proibição das biografias não autorizadas”, diz trecho do manifesto. O
documento diz ainda que é necessário proteger o direito à privacidade, mas pede
que os protagonistas da História – chefes de estado, lideranças políticas, nomes
das artes, ciências e esportes – tenham tratamento diferenciado para o bem das
informações relevantes à coletividade.
Os escritores afirmam que o
Brasil é a única democracia do mundo onde a publicação de biografias de pessoas
públicas depende de autorização prévia. "Um país que só permite a circulação de
biografias autorizadas reduz a sua historiografia à versão dos protagonistas da
vida política, econômica, social e artística. Uma espécie de monopólio da
História, típico de regimes totalitários", registra o documento.
Endossaram o documento
jornalistas, historiadores e escritores como Boris Fausto, Ferreira Gullar, Luís
Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura, Milton Hatoum, Mario Magalhães, Nelson
Pereira dos Santos, Fernando Morais, Cristóvão Tezza e Ziraldo, além dos
imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL), como Ana Maria Machado, Cícero
Sandroni, Cleonice Berardinelli, Evanildo Bechara, Nélida Piñon e Domício
Proença.
Tramitação – O PL 393/2011 foi aprovado pelas
Comissões de Constituição e Justiça e Educação e Cultura da Câmara e seguiria
direto para o Senado. O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), no entanto, reuniu 72
assinaturas de outros parlamentares e solicitou a votação em
plenário.
“Apesar de constitucional, essa
movimentação dificulta muito a aprovação da Lei das Biografias”, avalia Newton
Lima. O projeto entrou em uma fila de votação e pode não ser votado até dezembro
de 2014, quando perderá a validade.
Para Newton Lima, o manifesto dos
intelectuais é um alento porque pode pressionar a presidência da Câmara a
colocar em votação o mais rápido possível ou ainda fazer com que 37 deputados
retirem a assinatura do requerimento que pede votação em plenário. “O meu
mandato já conseguiu que cinco deputados retirassem a assinatura, mas precisamos
de apoio para sensibilizar os demais”, frisa o deputado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Coloque sua opinião, este blog está a serviço de todos