União Europeia e ALMG discutem direitos humanos
Reunião, na próxima quarta (19), às 10 horas, no Teatro, vai enfocar proteção a lideranças quilombolas do Estado.
Com o objetivo de debater a parceria
entre o Brasil e a União Europeia (UE) para o apoio aos defensores dos direitos
humanos, em especial a proteção às lideranças quilombolas de Minas Gerais, a
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)
vai realizar uma audiência pública na próxima quarta-feira (19/2/14). A reunião
será feita do Teatro, às 10 horas.
Também motivaram a reunião as
recentes denúncias de agressões e tentativas de homicídio contra quilombolas, no
Norte de Minas. No dia 22 de janeiro deste ano, representantes de comunidades
quilombolas de Varzelândia e Verdelândia (Norte) fizeram as denúncias ao
presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, deputado Durval Ângelo (PT).
Na ocasião, o presidente da
associação quilombola Arapuim, Valdomiro Alves da Silva, contou que, dia 19 de
janeiro, nove homens, afirmando serem da Polícia Militar, chegaram até o
acampamento quilombola na Fazenda Morro Preto, em Verdelândia, e atiraram nos
acampados deixando 13 pessoas feridas. Os quilombolas relacionam a violência com
disputas agrárias com fazendeiros da região.
Durante a audiência pública desta
quarta, que foi solicitada pelo deputado Durval Ângelo, será apresentada a obra:
“Dez faces da luta pelos direitos humanos no Brasil”. O texto é uma produção
conjunta da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, da
Delegação da União Europeia no Brasil, do Sistema das Nações Unidas no Brasil e
da Embaixada do Reino dos Países Baixos.
Um dos objetivos da parceria entre
Brasil e União Europeia, segundo o deputado Durval Ângelo, é garantir a
manutenção do trabalho de pessoas como a presidente da Associação dos
Remanescentes de Escravos e Quilombolas de São Domingos, Evane Lopes Dias Silva,
personagem do livro lançado pelo Brasil, ONU e União Europeia. “O Brasil foi o
único país a implementar, em 2004, um programa de proteção aos defensores de
direitos humanos executado pelo Governo Federal. Em Minas Gerais, foi
sancionada, no dia 17 de janeiro deste ano, a lei que regulamentou a atuação do
programa estadual”, ressaltou o deputado.
Presenças –
Participam da audiência a embaixadora chefe da delegação da UE no Brasil, Ana
Paula Zacarias; o embaixador da França, Denis Pietton; a embaixadora da
Eslovênia, Milena Smit; o secretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos
da Presidência da República, Gabriel dos Santos Rocha; e o secretário de Estado
de Trabalho e Desenvolvimento Social, Cássio Soares.
Também estarão presentes o
coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos da
Presidência da República, Igo Martini; a coordenadora do Programa Estadual de
Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, Maria Emília da Silva; e a líder
quilombola Evane Lopes.
Quilombolas – De acordo com o Centro de
Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes), há aproximadamente 400
comunidades quilombolas em Minas Gerais, distribuídas por mais de 155
municípios. As regiões do Estado com maior concentração de comunidades
quilombolas são o Norte e o Vale do Jequitinhonha.
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