BALANÇO SEMANAL — 15 a
19/07/2013
- Medidas para o
café poderão ser anunciadas na próxima semana; Na BM&FBOVESPA, negócios com
o produto vão perdendo força
POLÍTICAS PARA O SETOR
— Na
quinta-feira (18/07), foi realizada a 19ª Reunião Ordinária do Comitê Diretor de
Planejamento Estratégico do Agronegócio Café (CDPE/Café), do Conselho
Deliberativo da Política do Café (CDPC). Os representantes dos setores público e
privado debateram, entre outros assuntos, a implantação de ferramentas de
mercado que devolvam a renda e a competitividade aos produtores brasileiros.
Após esse período de análise, o governo federal deverá anunciar quais serão os
instrumentos a serem utilizados até a próxima quinta-feira (25/07), dia em que
está prevista a 66ª Reunião Ordinária do CDPC.
CAFÉ NA BM&FBOVESPA
— De acordo
com dados apurados pelo Valor Econômico, o volume de contratos futuros e opções
de café negociados na BM&FBOVESPA, de 2008 a 2012, caiu 69,4%, saindo de
838,6 mil para menos de 256,9 mil. No primeiro semestre deste ano, a
movimentação foi de apenas 73,9 mil papéis. O veículo relata que a redução foi
intensificada em 2011, quando o governo brasileiro instituiu a cobrança do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas transações com derivativos, o que
afastou os especuladores estrangeiros, responsáveis, à época, por cerca de 40%
das posições em aberto.
Dessa
maneira, a bolsa brasileira perdeu relevância em relação à de Nova York –
referência internacional para os preços do café arábica –, que, em 2012,
movimentou 6,12 milhões de contratos de café, montante aproximadamente 25 vezes
superior ao da BM&FBOVESPA. Recentemente, o Brasil suspendeu a cobrança do
IOF, o que poderá abrir caminho para uma recuperação.
MERCADO — A semana foi marcada por alta nas
cotações internacionais dos cafés arábica e robusta. O vencimento setembro do
Contrato C da bolsa de Nova York acumulou ganhos de 815 pontos, encerrando a
quinta-feira a US$ 1,2755 por libra-peso, após atingir US$ 1,3400 na sessão, o
maior valor das últimas oito semanas. A oscilação positiva do mercado de arábica
deveu-se, principalmente, às previsões de chuvas e baixas temperaturas em
regiões produtoras no Brasil, aumentando os temores dos players em
relação a possível ocorrência de geadas.
Na bolsa
de Londres, o vencimento setembro do contrato 409 do robusta acumulou ganhos de
US$ 95 por tonelada, fechando a quinta-feira a US$ 1.970/t. A valorização do
conilon na Euronext Liffe, bem como a retomada das vendas de café pelos
produtores, refletiu na queda dos prêmios pagos aos grãos da Indonésia, segundo
maior produtor dessa variedade. Os prêmios caíram de US$ 200/t, na semana
passada, para o intervalo de US$ 80 a US$ 100/t. A necessidade de renda para a
celebração do festival religioso que marca o fim do Ramadã tem incentivado a
comercialização do café pelos indonésios. Já os produtores do Vietnã mantém a
retração da oferta, efetuando negócios apenas com prêmio de US$ 130/t sobre as
cotações de Londres, o mais alto dos últi mos dois anos.
Após duas
declarações do presidente do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês),
Ben Bernanke, que reforçaram a tendência de manutenção dos estímulos à economia
norte-americana no curto prazo, o dólar manteve a tendência de queda no Brasil.
Até o fechamento de quinta-feira, a taxa de câmbio brasileira havia acumulado
queda de 1,7%, motivada também por intervenção
do nosso Banco Central, com a venda de aproximadamente US$ 1 bilhão em swaps
cambiais.
No mercado
doméstico, a alta das bolsas internacionais refletiu em ganhos de R$ 16,30/saca e R$ 10,80/saca, respectivamente, nos
indicadores dos cafés arábica e robusta calculados pelo Centro de Estudos
Avançados em Economia Avançada (Cepea). No entanto, o indicador do arábica
manteve-se abaixo do preço mínimo de R$ 307/sc, encerrando a quinta-feira a
R$ 297,55/sc, situação que reforça a
necessidade de lançamento, com urgência, de instrumentos de garantia de renda
pelo governo federal.
Em função
dos baixos preços praticados no mercado, a estimativa de Valor Bruto da Produção
(VBP) da cafeicultura em 2013 é de R$ 14,34 bilhões, inferior em R$ 5 bilhões ao
resultado obtido no ano passado. Dessa forma, o café foi rebaixado da quarta
para a quinta posição no ranking dos produtos que mais geram renda na
agricultura brasileira, sendo ultrapassado, pela primeira vez na série histórica
– últimos 12 anos –, pela laranja, conforme relatório divulgado, na terça-feira
(16/07), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa).
Atenciosamente,
Dep. federal Silas
Brasileiro
Presidente Executivo
do CNC
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