Dia
dos Avós: incentive a realização de exames para detecção do Mieloma
Múltiplo
O
Mieloma Múltiplo, neoplasia onco-hematológica que representa 1% de todos os
tipos de câncer, sendo o segundo mais comum entre os hematológicos, atrás apenas
dos linfomas não-Hodgkin, é uma doença que acomete principalmente pessoas acima
de 60 anos e o seu tratamento torna-se complicado por não ser realizado o
diagnóstico precocemente, realidade que poderia ser alterada através da inclusão
do exame de eletroforese de proteínas ao check-up de rotina.
Para
alcançar a detecção precoce do mieloma é crucial atentar à combinação de
sintomas como anemia, dores ósseas, problemas renais, elevação de cálcio,
infecção por repetição. A fase inicial da neoplasia pode ser identificada,
sobretudo, por meio do exame de eletroforese de proteína, responsável por
detectar a proteína monoclonal no sangue, referente à anomalia.
A
doença não tem cura e o desafio para os médicos é manter os pacientes em
tratamento e oferecer uma sobrevida com qualidade de vida. De acordo com o
National Cancer Institute, aproximadamente 21.700 norte-americanos são
diagnosticados anualmente com mieloma múltiplo, sendo que 10.710 destes morrem
da doença. No Brasil não há estatísticas exatas, mas estima-se haver cerca de
30 mil pacientes em tratamento no Brasil, sendo que 80% deles têm mais de
60 anos de idade.
Paciente
com sintoma, normalmente, é conduzido a um tratamento para dor óssea, o que
protela a investigação diagnóstica correta. Trata-se na verdade de uma questão
multifatorial, que envolve também o desconhecimento dos especialistas em contato
com a neoplasia.
“Se
aqui o diagnóstico é tardio, cerca de um ano após surgirem as primeiras dores,
nos EUA e na maioria dos países da Europa 60% dos casos da doença são detectados
ainda na fase pré-sintoma. O exame de eletroforese de proteínas está incluído
nas rotinas de check-up. Além disso, quando o paciente tem um problema gástrico
ou do coração ou qualquer outro distúrbio faz parte da cultura médica dos
europeus e norte-americanos acrescentar esse exame que, por sinal, não é muito
mais caro que um hemograma. O procedimento possibilita um diagnóstico no período
pré-sintoma, o que para nós é ideal”, destaca Dr. Angelo Maiolino, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro e Diretor da Associação Brasileira de Hematologia,
Hemoterapia e Terapia Celular, ABHH.
Tratamento
Em países de todo o mundo (mais de
80), pacientes já conseguem estabilizar a doença por meio de tratamentos com
lenalidomida e novas drogas, porém no Brasil não há acesso aos medicamentos de
ponta por falta de liberação dos produtos pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária).
“Enquanto
esses novos medicamentos estão sendo testados com sucesso, os pacientes
brasileiros não têm acesso àqueles já consagrados para o tratamento deste
câncer. Para pacientes que não toleram a talidomida, devido a sua alta
toxicidade, e para os que se preparam para transplante de medula óssea ou para
os que já se submeteram ao transplante e estão em fase de manutenção, a
lenalidomida é essencial”, diz Maiolino.
Indicamos para entrevista os médicos:
Dra. Vania Hungria- Santa Casa de São
Paulo
Dr. Angelo Maiolino- Universidade
Federal do Rio de Janeiro e Diretor da Associação Brasileira de Hematologia,
Hemoterapia e Terapia Celular, ABHH
Dra. Rosane Bittencourt- Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
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