quinta-feira, 18 de julho de 2013

Dia dos Avós: incentive a realização de exames para detecção do Mieloma Múltiplo

Dia dos Avós: incentive a realização de exames para detecção do Mieloma Múltiplo
O Mieloma Múltiplo, neoplasia onco-hematológica que representa 1% de todos os tipos de câncer, sendo o segundo mais comum entre os hematológicos, atrás apenas dos linfomas não-Hodgkin, é uma doença que acomete principalmente pessoas acima de 60 anos e o seu tratamento torna-se complicado por não ser realizado o diagnóstico precocemente, realidade que poderia ser alterada através da inclusão do exame de eletroforese de proteínas ao check-up de rotina.
Para alcançar a detecção precoce do mieloma é crucial atentar à combinação de sintomas como anemia, dores ósseas, problemas renais, elevação de cálcio, infecção por repetição. A fase inicial da neoplasia pode ser identificada, sobretudo, por meio do exame de eletroforese de proteína, responsável por detectar a proteína monoclonal no sangue, referente à anomalia.
A doença não tem cura e o desafio para os médicos é manter os pacientes em tratamento e oferecer uma sobrevida com qualidade de vida. De acordo com o National Cancer Institute, aproximadamente 21.700 norte-americanos são diagnosticados anualmente com mieloma múltiplo, sendo que 10.710 destes morrem da doença. No Brasil não há estatísticas exatas, mas estima-se haver cerca de 30 mil pacientes em tratamento no Brasil, sendo que 80% deles têm mais de 60 anos de idade.
Paciente com sintoma, normalmente, é conduzido a um tratamento para dor óssea, o que protela a investigação diagnóstica correta. Trata-se na verdade de uma questão multifatorial, que envolve também o desconhecimento dos especialistas em contato com a neoplasia.
“Se aqui o diagnóstico é tardio, cerca de um ano após surgirem as primeiras dores, nos EUA e na maioria dos países da Europa 60% dos casos da doença são detectados ainda na fase pré-sintoma.  O exame de eletroforese de proteínas está incluído nas rotinas de check-up. Além disso, quando o paciente tem um problema gástrico ou do coração ou qualquer outro distúrbio faz parte da cultura médica dos europeus e norte-americanos acrescentar esse exame que, por sinal, não é muito mais caro que um hemograma. O procedimento possibilita um diagnóstico no período pré-sintoma, o que para nós é ideal”, destaca Dr. Angelo Maiolino, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, ABHH.

Tratamento
Em países de todo o mundo (mais de 80), pacientes já conseguem estabilizar a doença por meio de tratamentos com lenalidomida e novas drogas, porém no Brasil não há acesso aos medicamentos de ponta por falta de liberação dos produtos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Enquanto esses novos medicamentos estão sendo testados com sucesso, os pacientes brasileiros não têm acesso àqueles já consagrados para o tratamento deste câncer. Para pacientes que não toleram a talidomida, devido a sua alta toxicidade, e para os que se preparam para transplante de medula óssea ou para os que já se submeteram ao transplante e estão em fase de manutenção, a lenalidomida é essencial”, diz Maiolino.
Indicamos para entrevista os médicos:
Dra. Vania Hungria- Santa Casa de São Paulo
Dr. Angelo Maiolino- Universidade Federal do Rio de Janeiro e Diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, ABHH
Dra. Rosane Bittencourt- Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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