BALANÇO SEMANAL — 1º a
05/07/2013
- Representantes do setor
produtor buscam definições, junto ao Governo Federal, de quais instrumentos de
mercado podem reverter o cenário dos preços do café
NEGOCIAÇÕES COM O GOVERNO — Ao longo desta
semana, na segunda e na quarta-feira, demos sequência às audiências com os
representantes das áreas agrícola e econômica do Governo Federal, com o intuito
de consolidarmos o melhor modelo operacional para a implementação de
instrumentos de mercado que possibilitem a recuperação da renda do produtor
brasileiro de café.
Além do presidente executivo do Conselho Nacional do Café,
deputado federal Silas Brasileiro, participaram dos encontros o presidente da
Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, o coordenador, Maurício
Miarelli, e os conselheiros diretores do CNC, representando as cooperativas
cafeeiras do Brasil, Francisco Miranda, Osvaldo Henrique, José Rogério Lara,
Carlos Augusto Rodrigues de Melo e Lúcio Dias.
Os representantes dos Ministérios da Fazenda e da Agricultura
entendem o difícil momento vivenciado pelo setor cafeeiro no Brasil e estão
dispostos a contribuir para que os produtores saiam dessa situação inglória de
falta de renda. Dessa maneira, mantemos as negociações e esperamos comunicar, em
breve, quais as ferramentas estarão disponíveis e quais os volumes e valores a
serem envolvidos.
SAFRA 2012/13 COM PREÇOS DEFASADOS — A safra
brasileira 2012/13 de café terminou oficialmente no mês passado e, de acordo com
o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), foi marcada por
preços bem inferiores aos da temporada anterior. De julho/12 a junho/13, o
Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 teve média de R$ 340,83/saca de 60 kg,
24% abaixo da verificada em 2011/12. Em dólar, a queda foi ainda mais
expressiva, de 33%, com o Indicador a US$ 167,31/sc.
Ao longo dos 12 meses, o preço interno do grão recuou
expressivos R$ 105 por saca, equivalente a um declínio de 27%. O Cepea relata
que esse movimento acompanhou as sucessivas retrações do mercado internacional,
onde especuladores exerceram pressão mencionando o volume recorde colhido no
Brasil em 2012/13, seguido de anúncios de produção também recorde para anos de
bienalidade negativa agora em 2013/14.
O Conselho Nacional do Café, por sua vez, reitera que, apesar
de ambas as safras terem registrado produção recorde, o volume colhido é
satisfatório apenas para honrarmos nossos compromissos com o consumo interno e
as exportações, não havendo motivos para se pensar em excesso de oferta
substancial, o que não justifica, fundamentalmente, o movimento de
desvalorização do arábica, que começou em setembro de 2011 e, desde março deste
ano, de acordo com cálculos do Cepea, as cotações estão abaixo do novo preço
mínimo definido pelo governo federal, em R$ 307 por saca.
MERCADO — No acumulado da semana até a
última quarta-feira (03/07), devido ao feriado de Independência nos Estados
Unidos, as cotações do mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York
apresentaram alta de 1%. O contrato C, com vencimento em setembro de 2013,
chegou a subir 275 pontos na terça-feira, mas voltou para US$ 1,2140 por
libra-peso no dia seguinte em função da realização de lucros dos
players.
O real mais fraco tem pressionado os preços internacionais do
arábica, pois sinaliza tendência de aumento das exportações de café pelo Brasil.
Até o fechamento de quinta-feira, o dólar havia se valorizado aproximadamente
2%, cotado a R$ 2,259.
Nesta semana, o Banco Central anunciou mais uma medida para
facilitar a entrada de dólares no país, em nova tentativa de conter a
desvalorização do real. Agora, o Pagamento Antecipado (PA) de exportação não
terá mais prazo limite, ou seja, os empresários podem tomar empréstimos no
exterior para realizar liquidação antecipada das vendas externas sem a
obrigatoriedade de pagamento em até cinco anos, como em vigência
anteriormente.
A taxa de câmbio brasileiro ainda deve ser afetada pelo
anúncio das estatísticas do mercado de trabalho dos EUA nesta sexta-feira
(05/07), que dará nova indicação sobre a tendência de redução da injeção de
dólares no mercado norte-americano.
Na Bolsa de Londres, o vencimento setembro do mercado futuro
de robusta acumulou ganho de US$ 61/t, novamente encontrando suporte acima dos
US$ 1.800 por tonelada. Os estoques decrescentes e os prêmios pagos pelo café
dos produtores do Vietnã e da Indonésia motivaram essa tendência.
Atenciosamente,
Dep. federal Silas
Brasileiro
Presidente Executivo do
CNC
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