sexta-feira, 12 de julho de 2013

SAFRA BRASILEIRA CNC

 
BALANÇO SEMANAL — 08 a 12/07/2013
 
 
- Demanda pelo café brasileiro poderá superar em quase 6 milhões de sacas a produção na temporada 2013/14
 
SAFRA BRASILEIRA — A previsão da safra 2013/14 de café do Brasil foi revisada para baixo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2,2 milhões de sacas, frente ao levantamento de junho. Agora, o IBGE estima que serão produzidas 47,5 milhões de sacas de 60 kg, volume 7% inferior ao colhido no ciclo cafeeiro 2012/13. A principal quebra (de 17%) ocorreu na safra da variedade robusta devido às condições climáticas desfavoráveis no Espírito Santo. Para o grão arábica, a r edução será de 4,9%, resultante da bienalidade. 
EXPORTAÇÕES — Os embarques de café do Brasil na temporada 2012/13, que se encerrou em junho, totalizaram 31,1 milhões de sacas, 3,2% superiores em volume, mas 24% menores em receita no comparativo com o resultado da safra anterior, segundo o Informe Estatístico do Café, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) projeta, para a safra 2013/14 – que teve início neste mês —, exportações de 32,5 milhõ es de sacas, ou 6% a mais do que o ciclo anterior. Esse número, somado a um consumo nacional próximo a 21 milhões de sacas, demonstra que a demanda pelo café brasileiro poderá superar em quase 6 milhões de sacas a produção na temporada 2013/14, contradizendo as especulações sobre excesso de oferta.
Com vistas nesses fundamentos, o Conselho Nacional do Café (CNC) acredita que se faz mais que necessária a implementação de instrumentos de mercado que permitam o melhor ordenamento da colheita, a qual deve ser comercializada ao longo de todo o ano safra, de forma que não se pressione ainda mais os preços aviltados somente nestes quatro meses de colheita, e que, consequentemente, possibilitem a recuperação da competitividade do produtor brasileiro de café. 
Nesse ínterim, na quarta-feira (10/07), mantivemos reuniões com o governo federal para que sejam definidas quais ferramentas de mercado – ou o conjunto delas – são as mais adequadas para que o setor de produção do café não seja ainda mais prejudicado por este cenário de preços completamente abaixo das cotações apresentadas para a comercialização. Reiteramos a necessidade da adoção de medidas emergenciais ao setor, haja vista que aproximadamente 40% da safra já foram colhidos e os produtores não puderam tomar os recurso s das linhas de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) em função de atrasos na definição e nos repasses aos agentes financeiros. 
MERCADO — A revisão para baixo das perspectivas de crescimento da economia mundial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a divulgação dos dados fracos de comércio mundial da China e o novo pronunciamento do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) afetaram o desempenho do mercado financeiro no mundo. Em meio a esse contexto, os futuros do café apresentaram comportamento divergente para as variedades arábica e robusta, permanecendo praticamente estável na primeira e registrando ganhos na segunda, até o f echamento de quinta-feira (11/07).
No relatório sobre as Perspectivas da Economia Mundial, lançado nesta semana, o FMI evidencia que o mundo crescerá mais lentamente do que o esperado, principalmente devido aos riscos maiores enfrentados pelas economias dos países emergentes. O relatório do Fundo também projeta crescimento de 2,7% para os Estados Unidos. Embora essa taxa seja inferior à prevista em abril (de 2,9%), ela consolidou as perspectivas de recuperação e as tendências de alta da taxa de juros norte-americana, um dos fatores do aumento de risco para os emergentes. < /span>
Na China, as exportações e importações do mês de junho recuaram 3,1% e 0,7%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2012, reforçando a hipótese de esfriamento da segunda economia mundial. 
Por fim, a divulgação da ata do FED sobre a reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) provocou nova alta do dólar no Brasil, mesmo com predominância de cautela quanto à extinção do programa de recompra de títulos e dissociando-o do início do processo de elevação dos juros nos Estados Unidos. Internamente, apesar de o Banco Central ter intervido por meio de leilão de swap cambial, a moeda americana atingiu o maior valor desde abril de 2009, na quarta-feira, com a cotação média de R$ 2,269. A desva lorização do real tem impacto negativo nas cotações do café arábica na bolsa de Nova York, pois soa como estímulo às exportações. 
O vencimento setembro do Contrato C da ICE Futures US encerrou a quinta-feira em patamares próximos ao do início da semana, a US$ 1,2340 por libra-peso. Analistas avaliam que a recuperação de ontem, após a perda de 180 pontos nos dois dias anteriores, foi influenciada pelas negociações de quarta-feira, entre o setor produtivo e o governo brasileiro, para o iminente lançamento de instrumentos de garantia de renda e ordenamento de oferta. Osplayers reconhecem que, no passado, o programa de opção de venda de café para o governo teve impacto positivo no mercado e antecipam esse resultado. Porém, a recuperação foi tímida e inconsistente com o quadro de oferta e demanda de café que pode ser desenhado a partir das últimas estatísticas divulgadas na semana.
As cotações do mercado futuro do café robusta, na bolsa de Londres, apresentaram recuperação na semana. O vencimento setembro do contrato 409 teve alta acumulada de 4%, até o fechamento da quinta-feira, refletindo a resistência dos produtores vietnamitas, que seguram as vendas e forçam os exportadores a pagarem prêmios elevados por seu produto. 
Com o início do Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos), em 9 de julho, as vendas de café da Indonésia perderam força, contribuindo para a elevação das cotações do conilon. A recuperação dos preços também foi favorecida pela redução das posições líquidas vendidas dos investidores no mercado futuro de café da Euronext Liffe.
                                                                                  
 
Atenciosamente,
 
 
  Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC

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