terça-feira, 2 de julho de 2013

Renovação de medida antidumping preocupa setor de bicicletas

Renovação de medida antidumping preocupa setor de bicicletas

Montadores temem não ter componentes para incrementar a produção, às vésperas do Dia das Crianças
Audiência no DECOM está marcada para 4 de julho

Fabricantes e montadores de bicicletas correm contra o tempo para suprir a falta de componentes.

Devido a uma medida antidumping que pode vir a ser renovada em breve, os produtos manufaturados para o Dia das Crianças podem chegar ao consumidor com preço bem mais salgado do que se imagina. O alerta é da Abradibi (Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios).
A peça que está faltando no mercado é a "pedivela". Fica entre o pedal e a coroa. Devido à medida antidumping estabelecida há cinco anos pela CAMEX – Câmara de Comércio Exterior, por orientação do  DECOM – Departamento de Defesa Comercial, o custo das pedivelas monobloco importadas aumentou demais. As empresas deixaram de importar e passaram a comprar pedivelas monobloco  exclusivamente  da Metalúrgica Duque, única empresa fabricante de pedivelas no Brasil.
Desde o quarto trimestre de 2012 há distribuidores e atacadistas com falta de pedivelas para abastecer o mercado de reposição e, o mais grave, empresas montadoras que pararam suas linhas de bicicletas com pedivelas monobloco, e outras que estão substituindo-as por outra linha de produto com pedivela tripla importada. Todavia, são peças de bicicletas mais sofisticadas e, consequentemente, mais caras.
Na avaliação da Abradibi, as vendas ao consumidor já estão sendo afetadas.
Algumas empresas estão decidindo por retomar a importação, mas dificilmente as cargas chegarão a tempo para montar as bicicletas para o mês de outubro, quando se comemora o Dia das Crianças e aumenta consideravelmente a demanda por  bicicletas.
A Abradibi consultou o Departamento de Veículos de Duas Rodas do  SIMEFRE – Sindicato Interestadual  da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários, que congrega as empresas fabricantes de componentes de bicicletas,  e foi responsável por encaminhar ao DECOM o pedido de prorrogação da medida antidumping  em nome da Metalúrgica Duque. A resposta é que a Duque só retomará a produção no segundo semestre, não especificando o mês. Enquanto isto, os preços no varejo já apresentam uma alta de mais de 150%.
Uma audiência está marcada para o dia 4 de julho, no DECOM, para tratar desse processo. A Abradibi pretende levar todos os argumentos para convencer o DECOM a propor a CAMEX – Câmara de Comércio Exterior a suspensão da medida antidumping e não renová-la por mais cinco anos, como pretende a Metalúrgica Duque. Dessa forma as empresas poderão voltar a importar, com preços competitivos.
"É lamentável que o mesmo governo que promove saudáveis políticas públicas em prol da mobilidade por  bicicleta, é o governo que tem adotado uma política protecionista extrema neste setor, aprovando medidas de antidumping por extenso períodos, não só de pedivelas, como de pneus de bicicletas, aumentando o custo  da importação, além de impedir que o  Congresso Nacional aprove a isenção de IPI e PIS/COFINS para as bicicletas e suas peças. Existem 27 projetos de Lei , sendo 23 na Câmara dos Deputados e 4 no Senado Federal propondo a desoneração do setor, todavia , sem sucesso, alguns  até já arquivados", completa Tarciano Araújo, diretor-presidente da Abradibi.

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