quarta-feira, 20 de maio de 2015

1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres reúne lideranças mundiais e promove debate inédito no Brasil


1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres reúne lideranças mundiais e promove debate inédito no Brasil
Evento acontece nos dias 20 e 21 de maio, no Sesc Pinheiros, em São Paulo

Organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e o Instituto Patrícia Galvão, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a ONU Mulheres e a Fundação Ford, o 1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres será realizado nos dias 20 e 21 de maio, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Toda a programação será transmitida em tempo real via Google Hangout, com tradução simultânea em inglês e espanhol, pelo site do evento: www.scovaw.org.

Patrocinado pelo BNDES, Caixa, Correios e Petrobras, o seminário irá reunir mais de 20 especialistas em defesa dos direitos da mulher de diversos países, entre eles Argentina, Costa Rica, México, Inglaterra e Estados Unidos, e buscará provocar um debate inédito e aprofundado para estimular um pacto global de não-tolerância à perpetuação da cultura de violência contra as mulheres e da violação dos seus direitos humanos.

Segundo Ivo Herzog, diretor executivo do Instituto Vladimir Herzog: “Buscamos entender qual é o processo na formação do indivíduo que gera uma sociedade com homens e mulheres que apresentam atos de desrespeito de gênero”.

A cerimônia de abertura contará com as participações especiais da ministra de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci; da representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman; e da representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire. A palestra de abertura será pronunciada pela ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão: “Para erradicar a violência contra as mulheres, que acontece no espaço público e privado e que tem se perpetuado de gerações em gerações, é preciso se debruçar sobre as raízes culturais dessa violência”.

Programação

O programa acontece das 9h às 18h e é organizado em torno de palestras que irão estimular os debates em quatro painéis: Perspectivas propositivas para uma Cultura de Não-Violência contra as Mulheres; Juventude e a Cultura da Violência contra as Mulheres; O Papel da Mídia na Desconstrução da Cultura de Violência contra as Mulheres e Desafios para Mudar a Cultura da Violência contra as Mulheres.

No dia 20 de maio, Lori Heisi, professora da London School of Hygiene & Tropical Medicine, apresentará uma análise sobre as causas e a prevalência da violência por parceiro íntimo em diferentes países, construindo um panorama global da cultura de violência contra as mulheres na atualidade.

Para debater as perspectivas propositivas para uma cultura de não-violência contra as mulheres, o primeiro painel do seminário contará com as convidadas Luiza Barros, ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Flávia Piovesan, procuradora do Estado de São Paulo; e Rita Laura Segato, professora do Departamento de Antropologia na Universidade de Brasília.

A palestra sobre sexualidade e juventude, educação para a igualdade e o diálogo como recurso para a resolução de conflitos será realizada pela coordenadora da ONG End Violence Against Women Coalition, Marai Larasi, da Inglaterra. Logo após, o assunto será discutido pela pesquisadora do CLAM (Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos) do IMS/UERJ, Maria Luiza Heilborn; o professor de Antropologia da Brown University Matthew Gutmann; e a pesquisadora da USP especialista em gênero e violência Heloísa Buarque de Almeida.

O dia 21 terá início com a palestra sobre o papel da mídia na desconstrução da cultura de violência contra as mulheres, ministrada por Roz Hardie, CEO da Object, organização feminista do Reino Unido. Para dialogar sobre a questão, estarão presentes Guilherme Canela, assessor de comunicação e informação da Unesco para o Mercosul e Chile; e Beatriz Accioly, pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença do Departamento de Antropologia da FFLCH/USP.

Também será apresentada pesquisa realizada pela agência Énóis Inteligência Jovem, com meninas de 14 a 24 anos, sobre violência contra as mulheres e a desigualdade de gênero.

A palestra final traz o tema “Por uma Cultura de Respeito aos Direitos Humanos das Mulheres” e será ministrada por Tracy Robinson, relatora sobre os Direitos das Mulheres da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos).

O último painel apresenta os desafios para mudar a cultura da violência contra as mulheres com diálogo entre Aparecida Gonçalves, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ela Wiecko, subprocuradora-geral da República; Leila Linhares Barsted, representante brasileira no MESECVI (Mecanismo de Seguimento da Convenção de Belém do Pará); Silvia Pimentel, integrante do Comitê de Acompanhamento da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw) da ONU; e Letícia Cufré Marchetto, pesquisadora da Universidad Veracruzana (México).

Na sessão final do Seminário, as pessoas e organizações presentes irão aprovar e assinar o documento "DIGA NÃO À CULTURA DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES", que sintetizará as questões apresentadas e as ações a serem tomadas para o enfrentamento da violência contra as mulheres. O documento será compartilhado internacionalmente por meio da mídia e das redes sociais e entregue a todos os setores e níveis do governo brasileiro e dos organismos internacionais.
Sobre o Instituto Vladimir Herzog
Criado em 25 de Junho de 2009, o Instituto Vladimir Herzog tem a missão de contribuir para a reflexão e produção  de informações que garantam o direito à vida e o direito à justiça. Sua fundação se inspirou na trajetória de vida do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 pela ditadura, bem como nos principais valores ligados a essa trajetória: democracia, liberdade e justiça social. Tendo como bandeira a frase de Herzog “Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”, o Instituto é uma organização sem fins lucrativos, com neutralidade político-partidária.  Mais informações podem ser encontradas no endereço dowww.vladimirherzog.org

Sobre o Instituto Patrícia Galvão


Criado em 2001 por um grupo de comunicadoras feministas, sua missão é incidir junto aos meios de comunicação com o objetivo de qualificar a cobertura jornalística sobre questões críticas que envolvam a violação dos direitos das mulheres brasileiras, a fim de influenciar o debate público e demandar respostas do Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário. Desde 2004, o Instituto Patrícia Galvão mantém plataformas na internet sobre violência contra as mulheres, tornando-se referência para profissionais de imprensa, pesquisadores, operadores do Direito, gestores de políticas públicas e ativistas dos movimentos de mulheres, a partir da produção e disponibilização de reportagens, dados, indicadores, entrevistas, artigos e depoimentos que ampliam, aprofundam e contextualizam o debate sobre direitos das mulheres.

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