1º Seminário Internacional Cultura da Violência contra as
Mulheres reúne lideranças mundiais e promove debate inédito no Brasil
Evento acontece nos dias 20 e 21 de maio, no Sesc Pinheiros,
em São Paulo
Organizado pelo Instituto Vladimir Herzog e o Instituto
Patrícia Galvão, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República, a ONU Mulheres e a Fundação Ford, o 1º Seminário
Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres será realizado nos dias
20 e 21 de maio, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Toda a programação será
transmitida em tempo real via Google Hangout, com tradução simultânea em inglês
e espanhol, pelo site do evento: www.scovaw.org.
Patrocinado pelo BNDES, Caixa, Correios e Petrobras, o
seminário irá reunir mais de 20 especialistas em defesa dos direitos da mulher
de diversos países, entre eles Argentina, Costa Rica, México, Inglaterra e
Estados Unidos, e buscará provocar um debate inédito e aprofundado para
estimular um pacto global de não-tolerância à perpetuação da cultura de
violência contra as mulheres e da violação dos seus direitos humanos.
Segundo Ivo Herzog, diretor executivo do Instituto Vladimir
Herzog: “Buscamos entender qual é o processo na formação do indivíduo que gera
uma sociedade com homens e mulheres que apresentam atos de desrespeito de
gênero”.
A cerimônia de abertura contará com as participações
especiais da ministra de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República, Eleonora Menicucci; da representante da ONU Mulheres no Brasil,
Nadine Gasman; e da representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire. A
palestra de abertura será pronunciada pela ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha,
vice-presidente do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia
Galvão: “Para erradicar a violência contra as mulheres, que acontece no espaço
público e privado e que tem se perpetuado de gerações em gerações, é preciso se
debruçar sobre as raízes culturais dessa violência”.
Programação
O programa acontece das 9h às 18h e é organizado em torno de
palestras que irão estimular os debates em quatro painéis: Perspectivas
propositivas para uma Cultura de Não-Violência contra as Mulheres; Juventude e
a Cultura da Violência contra as Mulheres; O Papel da Mídia na Desconstrução da
Cultura de Violência contra as Mulheres e Desafios para Mudar a Cultura da
Violência contra as Mulheres.
No dia 20 de maio, Lori Heisi, professora da London School
of Hygiene & Tropical Medicine, apresentará uma análise sobre as causas
e a prevalência da violência por parceiro íntimo em diferentes países,
construindo um panorama global da cultura de violência contra as mulheres na
atualidade.
Para debater as perspectivas propositivas para uma cultura
de não-violência contra as mulheres, o primeiro painel do seminário contará com
as convidadas Luiza Barros, ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial da Presidência da República; Flávia Piovesan, procuradora do
Estado de São Paulo; e Rita Laura Segato, professora do Departamento de
Antropologia na Universidade de Brasília.
A palestra sobre sexualidade e juventude, educação para a
igualdade e o diálogo como recurso para a resolução de conflitos será realizada
pela coordenadora da ONG End Violence Against Women Coalition, Marai Larasi, da
Inglaterra. Logo após, o assunto será discutido pela pesquisadora do CLAM
(Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos) do IMS/UERJ, Maria
Luiza Heilborn; o professor de Antropologia da Brown University Matthew
Gutmann; e a pesquisadora da USP especialista em gênero e violência Heloísa
Buarque de Almeida.
O dia 21 terá início com a palestra sobre o papel da mídia
na desconstrução da cultura de violência contra as mulheres, ministrada por Roz
Hardie, CEO da Object, organização feminista do Reino Unido. Para dialogar
sobre a questão, estarão presentes Guilherme Canela, assessor de comunicação e
informação da Unesco para o Mercosul e Chile; e Beatriz Accioly, pesquisadora
do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença do Departamento de
Antropologia da FFLCH/USP.
Também será apresentada pesquisa realizada pela agência
Énóis Inteligência Jovem, com meninas de 14 a 24 anos, sobre violência contra
as mulheres e a desigualdade de gênero.
A palestra final traz o tema “Por uma Cultura de Respeito
aos Direitos Humanos das Mulheres” e será ministrada por Tracy Robinson,
relatora sobre os Direitos das Mulheres da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos).
O último painel apresenta os desafios para mudar a cultura
da violência contra as mulheres com diálogo entre Aparecida Gonçalves,
secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ela
Wiecko, subprocuradora-geral da República; Leila Linhares Barsted,
representante brasileira no MESECVI (Mecanismo de Seguimento da Convenção de
Belém do Pará); Silvia Pimentel, integrante do Comitê de Acompanhamento da
Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Mulheres (Cedaw) da ONU; e Letícia Cufré Marchetto, pesquisadora da Universidad
Veracruzana (México).
Na sessão final do Seminário, as pessoas e organizações presentes
irão aprovar e assinar o documento "DIGA NÃO À CULTURA DA VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES", que sintetizará as questões apresentadas e as ações a serem
tomadas para o enfrentamento da violência contra as mulheres. O documento será
compartilhado internacionalmente por meio da mídia e das redes sociais e
entregue a todos os setores e níveis do governo brasileiro e dos organismos
internacionais.
Sobre o Instituto Vladimir Herzog
Criado em 25 de Junho de 2009, o Instituto Vladimir Herzog
tem a missão de contribuir para a reflexão e produção de informações que garantam o direito à vida
e o direito à justiça. Sua fundação se inspirou na trajetória de vida do
jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 pela ditadura, bem como nos
principais valores ligados a essa trajetória: democracia, liberdade e justiça
social. Tendo como bandeira a frase de Herzog “Quando perdemos a capacidade de
nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o
direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”, o Instituto é uma
organização sem fins lucrativos, com neutralidade político-partidária. Mais informações podem ser encontradas no
endereço dowww.vladimirherzog.org
Sobre o Instituto Patrícia Galvão
Criado em 2001 por um grupo de comunicadoras feministas, sua
missão é incidir junto aos meios de comunicação com o objetivo de qualificar a
cobertura jornalística sobre questões críticas que envolvam a violação dos
direitos das mulheres brasileiras, a fim de influenciar o debate público e
demandar respostas do Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário. Desde 2004,
o Instituto Patrícia Galvão mantém plataformas na internet sobre violência
contra as mulheres, tornando-se referência para profissionais de imprensa,
pesquisadores, operadores do Direito, gestores de políticas públicas e
ativistas dos movimentos de mulheres, a partir da produção e disponibilização
de reportagens, dados, indicadores, entrevistas, artigos e depoimentos que
ampliam, aprofundam e contextualizam o debate sobre direitos das mulheres.
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