segunda-feira, 3 de junho de 2013

CNC alerta para necessidade de remuneração justa ao produtor de café

CNC alerta para necessidade de remuneração justa ao produtor de café
- Entidade destaca que os agentes de mercado desconsideram os fatores fundamentais, pressionando os preços, fato que poderá gerar escassez de café no futuro
O Conselho Nacional do Café (CNC), há tempos, alerta que os agentes vem desconsiderando os fatores fundamentais do mercado cafeeiro — como o estreito equilíbrio entre oferta e demanda mundiais —, haja vista a substancial depreciação que os preços do produto vem sofrendo ao longo do último ano e meio.
Esse posicionamento, agora, encontra guarida do diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva. Ontem, durante fórum promovido em São Paulo, ele citou que entre os fundamentos que são desprezados pelo mercado estão a quebra da safra cafeeira na América Central, que deverá ser de 2,7 milhões de sacas em função da infestação do fungo roya, e os baixos estoques do produto nos países importadores, os quais devem ser os menores registrados na série histórica.
A consultora Judith Ganes-Chase, presidente da J. Ganes Consulting, é outra respeitada profissional do mercado a chamar a atenção para o fato de não haver excedente mundial de café. De acordo com ela, também durante o fórum realizado ontem em São Paulo, é impossível crer em alguns números que indicam que o estoque global seria superior aos maiores volumes já armazenados na história do Brasil (mais de 40 milhões de sacas), caso contrário esse café seria visto nos armazéns de todo o mundo.
Ela anotou, ainda, que os dados sobre oferta e demanda global não fecham e o que pode justificar isso é um consumo muito maior do que o revelado pelas estatísticas. Para exemplificar, Judith mencionou a Indonésia, que registra crescimento de 10% ao ano no consumo da bebida e explicou que os jovens desse país degustam o café em processos de socialização, seja à noite nas ruas, em piqueniques, jogando cartas, etc.
Nesse contexto, o CNC lembra que o aviso ministerial para que não sejam autorizados plantios de café em novas áreas, com o foco sendo a renovação das lavouras já existente, começa a surtir efeito, por isso defendemos que, se não houver preços remuneradores, a bienalidade entre os volumes colhidos voltará de forma acentuada no Brasil, pois não há como tratar bem os cafezais sem rentabilidade.
O Conselho Nacional do Café mantém, também, sua linha de bem informar aos produtores, pois esta é uma de nossas funções como representantes do setor e, por fim, deixa o alerta aos agentes de mercado: remunere o produtor de forma justa para que amanhã não presenciemos uma escassez do produto.
Atenciosamente,

Dep. federal Silas BrasileiroPresidente executivo do CNC

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